Começo esta crónica das minhas vivências com uma citação de Heraclito, frag. 12 e 91: “Para os que entram nos mesmos rios, outras e outras são as águas que correm por eles…Dispersam-se e…reúnem-se…vêm junto e junto fluiem…aproximam-se e afastam-se.”
Completei meio século de existência e, feita uma análise retrospectiva, dei por mim a pensar que, ao longo de todo este tempo, sempre mantive uma relação de proximidade com o rio Tejo.
Nasci em Azambuja que, há cinquenta anos atrás, mantinha uma relação diferente com o Tejo, não só através do tráfego marítimo das Fragatas, como também de uma mais intensa actividade piscatória neste rio.
Eu próprio, ainda com meses de vida, tive a experiência de navegar no Tejo. Os meus pais eram pescadores, cuja faina era no Tejo. Por isso, pouco após o meu nascimento, já andava com eles nas lides, deitado numa caixa à proa da bateira. Eram tempos difíceis.
Mais próximo de Lisboa, mantiveram a mesma actividade piscatória. Foi por esta época, tinha talvez 3 ou 4 anos, terei caído ao Tejo e fui salvo pelo meu pai. Ainda hoje me recordo do acontecimento, vendo as bolhas de água a passarem junto aos olhos.
Durante toda a minha infância e adolescência mantive esta relação com o Tejo. As minhas férias eram passadas em Valada, Escaropim e Azambuja, sempre com o rio Tejo e a Lezíria em fundo.
Já adolescente, fui estudar para a Escola Industrial e Comercial de Vila Franca de Xira mantendo a relação com o Tejo. Tendo familiares nos Avieiros, essa relação era ainda maior, com viagens frequentes nas bateiras. Aliás, foi no Tejo que aprendi a nadar.
Alistei-me como voluntário na Armada, passando vários anos em contacto com o Tejo. Até como desportista fiz várias travessias no Tejo, tais como a travessia em Honra de Batista Pereira, nadando entre Vila Franca de Xira e Alhandra.
Actualmente, vejo o Tejo da minha casa e no percurso que faço para o trabalho acompanho-o até ao seu estuário. Um aspecto interessante: comprei um quadro, que está exposto no meu consultório, cujo título é Maior do que um rio.
Termino parafraseando G. S. Kirk e J. E. Raven no comentário a Heraclito, autor que muito aprecio: a imagem do rio esclarece o género de unidade que depende da conservação da medida e do equilíbrio na mudança. O rio fornece uma imagem do equilíbrio dos entes que constituem o mundo.
Completei meio século de existência e, feita uma análise retrospectiva, dei por mim a pensar que, ao longo de todo este tempo, sempre mantive uma relação de proximidade com o rio Tejo.
Nasci em Azambuja que, há cinquenta anos atrás, mantinha uma relação diferente com o Tejo, não só através do tráfego marítimo das Fragatas, como também de uma mais intensa actividade piscatória neste rio.
Eu próprio, ainda com meses de vida, tive a experiência de navegar no Tejo. Os meus pais eram pescadores, cuja faina era no Tejo. Por isso, pouco após o meu nascimento, já andava com eles nas lides, deitado numa caixa à proa da bateira. Eram tempos difíceis.
Mais próximo de Lisboa, mantiveram a mesma actividade piscatória. Foi por esta época, tinha talvez 3 ou 4 anos, terei caído ao Tejo e fui salvo pelo meu pai. Ainda hoje me recordo do acontecimento, vendo as bolhas de água a passarem junto aos olhos.
Durante toda a minha infância e adolescência mantive esta relação com o Tejo. As minhas férias eram passadas em Valada, Escaropim e Azambuja, sempre com o rio Tejo e a Lezíria em fundo.
Já adolescente, fui estudar para a Escola Industrial e Comercial de Vila Franca de Xira mantendo a relação com o Tejo. Tendo familiares nos Avieiros, essa relação era ainda maior, com viagens frequentes nas bateiras. Aliás, foi no Tejo que aprendi a nadar.
Alistei-me como voluntário na Armada, passando vários anos em contacto com o Tejo. Até como desportista fiz várias travessias no Tejo, tais como a travessia em Honra de Batista Pereira, nadando entre Vila Franca de Xira e Alhandra.
Actualmente, vejo o Tejo da minha casa e no percurso que faço para o trabalho acompanho-o até ao seu estuário. Um aspecto interessante: comprei um quadro, que está exposto no meu consultório, cujo título é Maior do que um rio.
Termino parafraseando G. S. Kirk e J. E. Raven no comentário a Heraclito, autor que muito aprecio: a imagem do rio esclarece o género de unidade que depende da conservação da medida e do equilíbrio na mudança. O rio fornece uma imagem do equilíbrio dos entes que constituem o mundo.