segunda-feira, 19 de outubro de 2009

MACACOS MIMÉTICOS

Quero presumir que todos quantos lerem estas palavras já terão ouvido a proverbial frase macacos de imitação.

O Darwinismo poderá ter contribuído para tal ideia. De tal modo que, os detractores da referida teoria evolucionista ridicularizaram o seu autor, apresentando-o numa caricatura de macaco.

Contudo, os mais recentes achados arqueológicos de raiz antropológica, começam a pôr em causa essa filiação comum entre o Homem e os Símios.

Perante este quadro, podemos questionar-nos acerca da proverbial frase e perguntar se, afinal, não será o Homem verdadeira e genuinamente, o mais mimético dos seres.

É certo que o mimetismo é um termo usado em Zoologia, justamente para caracterizar o fenómeno de vários animais tomarem a cor e a configuração dos objectos do seu habitat ou mesmo de outras espécies diferentes.

Podemos identificar três tipos de mimetismo: a homocromia mimética (imitação pela cor); o mimetismo protector (animais inferiores tomam aparência de perigosos); mimetismo ofensivo (certas espécies imitam as suas presas).

Mas a pergunta essencial continua por responder: será o Homem, à semelhança dos animais, igualmente mimético? Em caso afirmativo, que importância tem essa característica no comportamento humano?

Deixo à consideração uma citação de Fernando Savater: “Em grande parte, a ductilidade dos humanos para serem socialmente amestrados provém da nossa disposição mimética: todos os macacos imitam, mas nós somos autêntica e essencialmente macacos de imitação”.

Sem comentários: