quinta-feira, 17 de março de 2016

O HOMEM RADICAL


“Um radical é um homem com os
Pés firmemente plantados no ar.”
I. NEWTON

O livre-arbítrio dá-nos asas para voar. A vontade transporta-nos para além do imediato. Sem a liberdade seriamos como prisioneiros na caverna de Platão. Numa palavra, entramos no domínio do abstracto, do inteligível. Como é isso possível, sendo nós corpo e sentidos?

Em primeiro lugar devemos assumir a nossa autonomia. Sapere aude! Devemos ousar pensar por nós próprios. Esta é a primeira condição para ir além do óbvio e do imediato. Aquele que não tem autonomia fica agrilhoado aos seus sentidos. Não tem as asas do livre-arbítrio.

Depois, deve assumir a sua radicalidade. O carácter radical do homem decorre do facto de este se colocar numa posição que vai à raiz, que procura fundamentos últimos da realidade. Ora essa radicalidade transporta-nos para além de uma realidade que se limita à condição de prisioneiro na caverna.

Newton, estudioso dos fenómenos celestes, soube ver mais além. E por isso teve autonomia e radicalidade. É certo que sofreu a força da gravidade quando a maçã lhe caiu na cabeça. Mas os seus pés estavam firmemente plantados no ar. Não há gravidade que corte a raiz ao pensamento.


O que está em mim nunca poderá anular a radicalidade de procurar o está acima de mim!

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