Segundo António Damásio, “a evolução parece ter construído a maquinaria da emoção e sentimento às prestações”: primeiro as emoções e só mais tarde os sentimentos. Esta construção faseada das reacções afectivas corresponde a funções diferenciadas de cada um destes mecanismos. Esta posição de Damásio levanta alguns problemas. Desde logo o papel da evolução na complexificação cerebral mas também o papel das reacções afectivas na nossa condição de seres racionais por excelência, concretamente na diferenciação entre emoção e sentimento e respectivos papéis na formação da mente humana.
António Damásio utiliza o seguinte critério: chamar às emoções “iniciais” primárias e às emoções “adultas” secundárias. Deste modo, as emoções primárias são inatas; o desenrolar automático destas emoções é da incumbência do sistema límbico, nada tendo a ver com decisões tomadas a nível do córtex cerebral. As emoções secundárias ou sentimentos envolvem uma avaliação cognitiva dos acontecimentos, implicando associações com determinados estímulos e aprendizagens anteriores; exigem a participação do córtex pré-frontal, particularmente das áreas do lado direito.
Qualquer que seja a emoção, faz-se acompanhar de reacções fisiológicas. As referidas reacções dependem, em grande parte, do Sistema Nervoso Autónomo. Este, através da sua secção simpática, mobiliza os recursos do corpo, preparando-o para a acção. Estas reacções fisiológicas são involuntárias e manifestam-se num aumento do ritmo cardíaco e subida da pressão sanguínea. Outras reacções são inibir a secreção salivar, estimular a transpiração, dilatar as pupilas, além de estimular o fígado a libertar açúcar no sangue e as glândulas supra-renais a produzir adrenalina.
Mas, para além de processos fisiológicos e emocionais, a mente engloba processos conativos, associados à tendência do ser humano para agir deliberadamente. Podemos definir os processos conativos como fenómenos mentais que impulsionam o ser humano para a realização de acções deliberadas e intencionais, o que significar dizer que a conação se restringe aos actos resultantes das decisões humanas, excluindo todos os que são praticados de modo involuntário. Deste modo, a acção humana é caracterizada como intencional e voluntária, aspecto que nos conduz ao papel da evolução na complexificação cerebral.
O processo de desenvolvimento do cérebro está ligado ao retardamento ontogenético, isto é, ao prolongamento do período da infância e da adolescência. Pode dizer-se que conhecer bem o cérebro implica uma visão da lenta evolução da espécie, dando atenção a aspectos que atestam a presença do passado ainda em nós. Paul MacLean apresentou a tese triúnica do cérebro, segundo a qual o homem actual apresenta três cérebros num só, correspondendo cada um a dada fase evolutiva das espécies. O cérebro neomamífero, último estrato da evolução, está particularmente desenvolvido no ser humano, o que lhe permite aprendizagens complexas, como a linguagem ou o pensamento simbólico e reflexivo. Justifica-se assim a evolução faseada das reacções afectivas.
António Damásio utiliza o seguinte critério: chamar às emoções “iniciais” primárias e às emoções “adultas” secundárias. Deste modo, as emoções primárias são inatas; o desenrolar automático destas emoções é da incumbência do sistema límbico, nada tendo a ver com decisões tomadas a nível do córtex cerebral. As emoções secundárias ou sentimentos envolvem uma avaliação cognitiva dos acontecimentos, implicando associações com determinados estímulos e aprendizagens anteriores; exigem a participação do córtex pré-frontal, particularmente das áreas do lado direito.
Qualquer que seja a emoção, faz-se acompanhar de reacções fisiológicas. As referidas reacções dependem, em grande parte, do Sistema Nervoso Autónomo. Este, através da sua secção simpática, mobiliza os recursos do corpo, preparando-o para a acção. Estas reacções fisiológicas são involuntárias e manifestam-se num aumento do ritmo cardíaco e subida da pressão sanguínea. Outras reacções são inibir a secreção salivar, estimular a transpiração, dilatar as pupilas, além de estimular o fígado a libertar açúcar no sangue e as glândulas supra-renais a produzir adrenalina.
Mas, para além de processos fisiológicos e emocionais, a mente engloba processos conativos, associados à tendência do ser humano para agir deliberadamente. Podemos definir os processos conativos como fenómenos mentais que impulsionam o ser humano para a realização de acções deliberadas e intencionais, o que significar dizer que a conação se restringe aos actos resultantes das decisões humanas, excluindo todos os que são praticados de modo involuntário. Deste modo, a acção humana é caracterizada como intencional e voluntária, aspecto que nos conduz ao papel da evolução na complexificação cerebral.
O processo de desenvolvimento do cérebro está ligado ao retardamento ontogenético, isto é, ao prolongamento do período da infância e da adolescência. Pode dizer-se que conhecer bem o cérebro implica uma visão da lenta evolução da espécie, dando atenção a aspectos que atestam a presença do passado ainda em nós. Paul MacLean apresentou a tese triúnica do cérebro, segundo a qual o homem actual apresenta três cérebros num só, correspondendo cada um a dada fase evolutiva das espécies. O cérebro neomamífero, último estrato da evolução, está particularmente desenvolvido no ser humano, o que lhe permite aprendizagens complexas, como a linguagem ou o pensamento simbólico e reflexivo. Justifica-se assim a evolução faseada das reacções afectivas.
Sem comentários:
Enviar um comentário