Pessoa deriva, etimologicamente, do Latim persona, que significa máscara, figura, papel representado por um actor. Neste sentido, actualmente, ainda se associa persona à imagem com que uma pessoa se apresenta em público. Muitos autores admitem que as pessoas, na sua vida quotidiana, agem assumindo várias personagens, representando papéis impostos pelos grupos sociais, como se a vida social de um palco se tratasse. Tal como no teatro, se a representação é boa, ter-se-á aceitação por partes dos assistentes. Citando Shakespeare “O mundo inteiro é um palco. Todos os homens e mulheres não passam de actores. Têm as suas entradas e as suas saídas”.
Muitas vezes a vida social obriga a “representar” no dia-a-dia, podendo mesmo acontecer, frequentemente, que os indivíduos ocultem os seus verdadeiros sentimentos ou então mostrem sentimentos que, verdadeiramente, não possuem mas, por conveniência social e expectativas dos outros, tendem a manifestar. Por exemplo, fingir contentamento numa situação que não lhes agrada ou manterem-se sérios numa outra que lhes parece cómica. Quer isto dizer que, quando uma personagem não é compreendida pelo grupo social, quando as máscaras utilizadas não permitem representar o papel na sua plenitude, podem ocorrer problemas para os indivíduos.
Com efeito, o conformismo social pode levar ao medo de não ser aprovado pela sociedade, conduzindo a uma rigidez na mudança das máscaras. Em contrapartida, a necessidade de aprovação social pode levar o indivíduo a procurar, desenfreadamente, um destaque especial para o papel que representa. Assim, as máscaras podem ser defesas, cuja finalidade principal é proteger os indivíduos do meio social envolvente. É por isso que, com o passar do tempo, vamos aprendendo a representar no palco da vida, movimentando e adaptando de forma adequada as máscaras. Aprendemos não só a antecipar as reacções às nossas acções, mas também aprendemos a identificar as expectativas dos outros.
Façamos agora um jogo entre o indivíduo Fernando e o conceito Pessoa, deixemo-nos conduzir pelos heterónimos de Fernando Pessoa que, como refere José Saramago, é homem de máscaras que olham máscaras, como se só máscaras o pudessem ler e porventura compreender. Máscaras que têm nomes como Ricardo Reis, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro ou Bernardo Soares. Sabendo que da palavra persona, enquanto máscara de actor, também deriva a palavra personalidade, será interessante saber se todos estes heterónimos, enfim, não passam de máscaras que transfiguram a verdadeira personalidade de Fernando Pessoa, homem de máscaras.
Citemos José Saramago: “Há vertigem neste jogo. As máscaras olham-se sabendo-se máscaras. Usam um olhar que não lhes pertence, e esse olhar, que vê, não se vê. Colocamos no rosto uma máscara e somos outro aos olhos de quem nos olhe. Mas de súbito descobrimos, aterrados, que, por trás da máscara que afinal não poderemos ser, não sabemos quem somos. Está portanto por saber quem é Fernando Pessoa.” E tudo isto nos leva à questão fundamental: Quem sou eu? Talvez seja melhor seguir a máxima inscrita no Templo de Delfos, que tanto motivou Sócrates: “Conhece-te a ti próprio”
Muitas vezes a vida social obriga a “representar” no dia-a-dia, podendo mesmo acontecer, frequentemente, que os indivíduos ocultem os seus verdadeiros sentimentos ou então mostrem sentimentos que, verdadeiramente, não possuem mas, por conveniência social e expectativas dos outros, tendem a manifestar. Por exemplo, fingir contentamento numa situação que não lhes agrada ou manterem-se sérios numa outra que lhes parece cómica. Quer isto dizer que, quando uma personagem não é compreendida pelo grupo social, quando as máscaras utilizadas não permitem representar o papel na sua plenitude, podem ocorrer problemas para os indivíduos.
Com efeito, o conformismo social pode levar ao medo de não ser aprovado pela sociedade, conduzindo a uma rigidez na mudança das máscaras. Em contrapartida, a necessidade de aprovação social pode levar o indivíduo a procurar, desenfreadamente, um destaque especial para o papel que representa. Assim, as máscaras podem ser defesas, cuja finalidade principal é proteger os indivíduos do meio social envolvente. É por isso que, com o passar do tempo, vamos aprendendo a representar no palco da vida, movimentando e adaptando de forma adequada as máscaras. Aprendemos não só a antecipar as reacções às nossas acções, mas também aprendemos a identificar as expectativas dos outros.
Façamos agora um jogo entre o indivíduo Fernando e o conceito Pessoa, deixemo-nos conduzir pelos heterónimos de Fernando Pessoa que, como refere José Saramago, é homem de máscaras que olham máscaras, como se só máscaras o pudessem ler e porventura compreender. Máscaras que têm nomes como Ricardo Reis, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro ou Bernardo Soares. Sabendo que da palavra persona, enquanto máscara de actor, também deriva a palavra personalidade, será interessante saber se todos estes heterónimos, enfim, não passam de máscaras que transfiguram a verdadeira personalidade de Fernando Pessoa, homem de máscaras.
Citemos José Saramago: “Há vertigem neste jogo. As máscaras olham-se sabendo-se máscaras. Usam um olhar que não lhes pertence, e esse olhar, que vê, não se vê. Colocamos no rosto uma máscara e somos outro aos olhos de quem nos olhe. Mas de súbito descobrimos, aterrados, que, por trás da máscara que afinal não poderemos ser, não sabemos quem somos. Está portanto por saber quem é Fernando Pessoa.” E tudo isto nos leva à questão fundamental: Quem sou eu? Talvez seja melhor seguir a máxima inscrita no Templo de Delfos, que tanto motivou Sócrates: “Conhece-te a ti próprio”
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