sexta-feira, 18 de julho de 2008

DIVERSIDADE HUMANA

A história pessoal de cada ser humano desenrola-se no diálogo entre o que percebemos (objectivamente) de nós, dos outros, do mundo, do que os outros percebem, e o que (subjectivamente) construímos – acerca de nós, dos outros e do mundo. Daí termos de assumir uma identidade multidimensional que engloba as identidades cósmica, específica, cultural e pessoal.

Na História das Ciências encontramos muitos exemplos de desrespeito pela diversidade. As próprias ciências humanas, como a Psicologia ou a Sociologia, participam na construção social das categorias de diferença, como o género, a idade, a etnia, a classe social ou a orientação sexual entre outras, muitas vezes racionalizando e legitimando as concepções dominantes e dominadoras de determinados grupos com mais poder e visibilidade.

Contudo, como é referido por alguns autores, existem vantagens na diversidade humana, nomeadamente no âmbito da psicologia desenvolvimental que reflecte uma consciência crescente da necessidade de se reconhecer o valor das diferenças entre pessoas. Isto remete-nos para um tema muito interessante que é a relação entre legado cultural e herança genética e sua importância na riqueza e diversidade humana.

Quando falamos de diversidade humana devemos ter em conta duas heranças: a genética e a cultural. É por isso que o ser humano é considerado uma unidade bio cultural. A herança genética processa-se biologicamente através da hereditariedade; o legado cultural processa-se socialmente através das aprendizagens possibilitadas pela coexistência de gerações. Existem diferenças tanto a nível biológico, como a nível cultural. Assim, a diversidade humana diz respeito ao facto de não existirem duas pessoa iguais, pois todas elas divergem sob o ponto de vista fisiológico e social.

Como elementos explicativos desta diversidade e riqueza, podemos apontar dois aspectos essenciais: 1) Cada indivíduo forma-se no interior de uma cultura em que a diversidade de regras, padrões, valores, estereótipos, crenças e costumes contribuem para diferenciar as pessoas que a ela pertencem, das que pertencem a outras culturas. 2) Dentro de cada cultura, cada ser humano constrói-se a partir das potencialidades genéticas resultantes da combinação de múltiplos pares de genes provenientes dos seus progenitores.

O carácter universal da cultura permite identificá-la como uma totalidade (holística) onde se conjuga, organizada de forma dinâmica (dialéctica), a diversidade humana com os seus elementos materiais e simbólicos: conhecimentos, crenças, valores, leis e normas, formas de arte e expressão, costumes e práticas sociais, assim como objectos e construções produzidas. Todavia, não somos produtos directos destas influências culturais: somos também produtores de cultura, dando origem a uma diversidade cultural e biológica.

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