Entende-se por Maniqueísmo a Heresia de Manes, fundador da seita dos Maniqueus, nascida no século III na Pérsia, segundo a qual o Universo é criação de dois princípios que se combatem. Manes, também conhecido como Manete ou Maniqueu, à imitação dos primeiros gnósticos, tentou juntar, numa vasta síntese, o cristianismo e o paganismo oriental. Admite a coexistência eterna dos dois princípios divinos: o Príncipe da Luz e o Príncipe do Mundo, também chamado Satã ou Matéria. Deu-se em seguida o nome de maniqueísmo a qualquer doutrina fundada sobre os dois princípios opostos do Bem e do Mal.
Não obstante esta referência histórica, podemos já identificar pressupostos maniqueístas na cultura grega clássica. É o caso de Parménides de Eleia. Baseado no princípio “o ser é, o não ser não é”, considera dois caminhos, o da verdade (aletheia), o caminho do ser, e a via da aparência ou da opinião (doxa), do não-ser. Apesar da sua aparente simplicidade, esta doutrina teve grandes implicações futuras, desde logo, contrariamente a Heraclito e outros filósofos, porque nega não só as transformações como também a pluralidade e o movimento, como puras ilusões dos sentidos. É justamente em nome da unidade do Ser que se justificam muitas metafísicas dualistas.
Porque não se pretende ter uma atitude maniqueísta de escolha entre duas opções, sejam elas factos históricos por um lado, ou doutrinas filosóficas baseadas em princípios opostos por outro, convém esclarecer este conceito, quer ao nível dos pressupostos quer das suas consequências. Por isso há que esclarecer os pressupostos dicotómicos presentes nas perspectivas maniqueístas, sejam elas doutrinas ou simples máximas subjectivas de uso individual, à maneira da lei do Talião: “quem não está comigo está contra mim”, máximas bem presentes na actualidade e muitas vezes usadas como justificação de massacres.
As dicotomias podem ter uma dupla leitura. Por um lado, elas podem contribuir para uma nova conceptualização, ajudando a definir determinados conceitos ou mesmo novas teorias. Por outro lado, num registo mais negativo, as dicotomias, enquanto perspectivas exageradas e simplistas, podem conduzir a panoramas redutores dos assuntos em discussão. Na tentativa de evitar tais visões dicotómicas, as tendências actuais deverão ir no sentido de as ultrapassar, preferido visões globais, holisticas e integradas. Devemos evitar posições dicotómicas, tais como o maniqueísmo, porque a sua perspectiva binária é incompatível com uma visão dialéctica e holística da realidade.
Não obstante esta referência histórica, podemos já identificar pressupostos maniqueístas na cultura grega clássica. É o caso de Parménides de Eleia. Baseado no princípio “o ser é, o não ser não é”, considera dois caminhos, o da verdade (aletheia), o caminho do ser, e a via da aparência ou da opinião (doxa), do não-ser. Apesar da sua aparente simplicidade, esta doutrina teve grandes implicações futuras, desde logo, contrariamente a Heraclito e outros filósofos, porque nega não só as transformações como também a pluralidade e o movimento, como puras ilusões dos sentidos. É justamente em nome da unidade do Ser que se justificam muitas metafísicas dualistas.
Porque não se pretende ter uma atitude maniqueísta de escolha entre duas opções, sejam elas factos históricos por um lado, ou doutrinas filosóficas baseadas em princípios opostos por outro, convém esclarecer este conceito, quer ao nível dos pressupostos quer das suas consequências. Por isso há que esclarecer os pressupostos dicotómicos presentes nas perspectivas maniqueístas, sejam elas doutrinas ou simples máximas subjectivas de uso individual, à maneira da lei do Talião: “quem não está comigo está contra mim”, máximas bem presentes na actualidade e muitas vezes usadas como justificação de massacres.
As dicotomias podem ter uma dupla leitura. Por um lado, elas podem contribuir para uma nova conceptualização, ajudando a definir determinados conceitos ou mesmo novas teorias. Por outro lado, num registo mais negativo, as dicotomias, enquanto perspectivas exageradas e simplistas, podem conduzir a panoramas redutores dos assuntos em discussão. Na tentativa de evitar tais visões dicotómicas, as tendências actuais deverão ir no sentido de as ultrapassar, preferido visões globais, holisticas e integradas. Devemos evitar posições dicotómicas, tais como o maniqueísmo, porque a sua perspectiva binária é incompatível com uma visão dialéctica e holística da realidade.
2 comentários:
Saudações!
Estava justamente pensando sobre maniqueísmo, dicotomia, pós modernidade, transdisciplinaridade, dialética, holismo e coisas assim, quando fui pesquisar na Internet e encontrei o seu blog. Gostei muito do texto "Maniqueísmo e Dicotomia", o qual irá ajudar-me e muito, no texto que pretendo desenvolver. Além disto, gostaria também de saber se, de acordo com o seu ponto de vista, dialética, holismo e transdisciplinaridade, são perfeitamente compatíveis...
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