terça-feira, 11 de agosto de 2009

EROS E THANATOS

Eros e Thanatos significam, entre os gregos, o Amor e a Morte personificados. Podemos identificar nestas figuras da mitologia grega dois princípios vitais: Vida e Morte. Freud utilizou-as para identificar duas categorias de pulsões humanas: instinto de vida (eros) e instinto de morte (thanatos). Estas duas pulsões geram entre si um conflito que dinamiza o psiquismo humano. Neste sentido, a estrutura freudiana do psiquismo humano é atravessada por um conflito que dinamiza o aparelho psíquico. Este conflito tem origem nos obstáculos que o indivíduo encontra na realização das pulsões e reflecte a luta entre várias instâncias no psiquismo humano.

De acordo com Freud, o aparelho psíquico está subdividido em três instâncias que interactuam umas sobre as outras, cada uma com um papel específico: id, ego e superego. O id é a zona inconsciente, primitiva, instintiva, a partir da qual se formam as outras instâncias psíquicas; rege-se pelo princípio do prazer, que tem como objectivo a realização, a satisfação imediata dos desejos e pulsões. O id é o reservatório da libido, energia das pulsões sexuais. O superego é a zona do psiquismo que corresponde à interiorização das normas, dos valores sociais e morais; resulta do processo de socialização e interiorização de modelos. É a componente ético-moral do psiquismo e pressiona o ego para controlar o id; forma-se no estádio fálico.

O ego é fundamentalmente consciente, e forma-se a partir do id durante o primeiro ano de vida; rege-se pelo princípio da realidade, orientando-se por princípios lógicos e decidindo quais os desejos e impulsos do id que podem ser realizados. O ego tem por função tomar decisões quanto à resolução do conflito travado entre as outras instâncias psíquicas, o que nos remete para o aspecto fundamental: o conflito que dinamiza o aparelho psíquico. Centro da libido ou energia pulsional instintiva, o id é incapaz de suportar tensões, só obedecendo ao princípio do prazer, o que o impulsiona a agir e o faz reduzir de imediato as tensões penosas. O superego, instância moral ou ideal, conflitua com os impulsos e pulsões do id.

Situado entre as pulsões inconscientes e as exigências do mundo real, o ego gere as pressões que recebe do id e do superego, sendo o mediador entre ambos; operando de acordo com o princípio da realidade tenta moderar o id e retardar a satisfação imediata que o princípio do prazer requer. O ego utiliza mecanismos de defesa, estratégias inconscientes para reduzir a tensão resultante deste conflito. Podemos definir conflito como a oposição de duas forças com intensidade semelhante que são, no fundo, os princípios do prazer e da realidade: o querer e o dever. Cabe ao ego ser a síntese neste conflito triádico, síntese que, no fundo, é a formação dinâmica da nossa própria personalidade, superando os conflitos internos. Como diria o oráculo de Delfos: conhece-te a ti próprio.

1 comentário:

Anónimo disse...

Este texto explica exatamente o princípio de vida e de morte, se id diz eu quero, o superego diz eu posso, então o ego verifica se esta dentro dos padrões que foi educado e determina se é ou não possível de executar tal vontade, sendo assim se o ego diz não, tem-se o princípio de morte da vontade. E se diz sim o princípio de vida é exaltado e vivenciado com alegria. Agora entendi. Obrigado