sexta-feira, 7 de agosto de 2009

PERSONALIDADE

Mais importante do que definir o conceito de personalidade, será saber até que ponto somos as nossas próprias circunstâncias ou mantemos a nossa própria personalidade constante através de diversos contextos. Daqui a questão: até que ponto somos inerentemente consistentes face às circunstâncias? Será que o homem é ele e as suas circunstâncias?

A personalidade contém em si duas tendências que, à primeira vista, poderão parecer opostas: a de unicidade, no sentido da integração, e a de individualidade, no sentido da diferenciação. A personalidade é um conceito que apela ao indivíduo, à sua unicidade, no que há de mais nuclear e específico em si próprio, mas, também, à sua diferenciação, no que há de distintivo dos outros.

Permite que nos reconheçamos e sejamos reconhecidos; ela representa uma fidelidade, uma continuidade de forma de estar e de ser. A personalidade conduz-nos à identidade, desenvolve-se ao longo da vida e é o resultado da inscrição na mente da nossa história biológica e relacional.

A identidade é o produto – sempre em aberto – da auto-organização que cada indivíduo faz da sua história bio-relacional e emerge do conjunto de processos dinâmicos – estruturais e funcionais – que asseguram a unidade e a continuidade. É aquilo por que cada um se sente diferente, mas, simultaneamente, único, aceite e reconhecido como tal pelos outros, o que nos remete para a questão da unidade e diversidade dos seres humanos.

Neste particular, pode dizer-se que cada ser humano é único por construir a sua identidade a partir de uma história pessoal e, por isso, a diversidade é a marca distintiva dos humanos. Porém, esta diversidade não invalida a existência de uma estrutura comum, isto é, para lá da diversidade há uma unidade comum a toda a espécie.

A história pessoal de cada ser humano desenrola-se no diálogo. Daí termos de assumir uma identidade multidimensional que engloba as várias identidades Isto remete-nos para um tema muito interessante que é a relação entre legado cultural e herança genética e sua importância na riqueza e diversidade humana.

Quando falamos de diversidade humana devemos ter em conta duas heranças: a genética e a cultural. É por isso que o ser humano é considerado uma unidade biocultural. Assim, a diversidade humana diz respeito ao facto de não existirem duas pessoa iguais, pois todas elas divergem sob o ponto de vista fisiológico e social.

Dentro de cada cultura, cada ser humano constrói-se a partir das potencialidades genéticas resultantes da combinação de múltiplos pares de genes provenientes dos seus progenitores. Em suma, somos uma unidade que se diferencia nos contextos.

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